"Se existe alguém que pode machucar você, existe alguém que pode curar suas feridas.”
(Clarice Lispector)
sábado, 24 de novembro de 2012
Romeu e Julieta
"Estas alegrias violentas têm fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora. Que num beijo se consomem."
Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI
Romeu e Julieta, Ato II, Cena VI
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Clarice Lispector
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...continuarei a escrever."-Clarice L
De onde viemos?Pra onde vamos? Onde estamos?De onde surgimos?E é por isso que são as perguntas que movem o mundo e não as respostas.
Clarice Lispector
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
(Terminada a última guerra mundial foi encontrada, num campo de concentração nazista, a seguinte mensagem dirigida aos professores):
"Prezado Professor,
Sou sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver.
Câmaras de gás construídas por engenheiros formados.
Crianças envenenadas por médicos diplomados.
Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas.
Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de
colégios e universidades.
Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação.
Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos.
Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou
psicopatas hábeis.
Ler, escrever e aritmética só são importantes
Para fazer nossas crianças mais humanas."
(Ilustração: Morgan Weistling)
terça-feira, 6 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
"Esta é a chave do Reino"
Esta é a Chave do Reino
Esta é a chave do Reino,
Neste Reino há uma cidade;
Nesta cidade há uma vila;
Nesta vila há uma rua;
Nesta rua uma viela dá voltas;
Nesta viela há um pátio;
Neste pátio há uma casa;
Nesta casa espera um aposento;
Neste aposento uma cama vazia;
Nesta cama um cesto-
De flores, de flores, um cesto de flores cheirosas.
Flores num cesto;
Cesto na cama;
Cama no aposento;
Aposento na casa;
Casa no pátio com ervas daninha;
Pátio na viela sinuosa;
Viela na rua larga;
Rua na vila elevada;
Vila na cidade;
Cidade no Reino.
Esta é a chave do Reino.
Uma Despedida
Uma Despedida
Partamos canções. Ela não vai ouvir.
Partamos daqui juntos sem recear.
Silêncio, a hora de cantar é finda,
Finda as coisas antigas e queridas.
Ela não nos ama como nós a amamos.
Sim, como os anjos cantamos aos ouvidos,
Mas não, ela não ouve.
Partamos daqui, ela não vai saber.
Partamos rumo ao mar, como ventos fortes
Cheios de areia e espuma; há alívio lá?
As coisas são assim, alívio não há,
E o mundo todo é amargo, como uma lágrima.
São assim as coisas, nós o mostramos,
Mas não, ela não sabe.
Partamos em paz, ela não vai amar.
Demos recordações de dias e sonhos,
Frutos imaturos, flores sem aroma,
Dissemos " Se quiser, fie a foice e ceife."
Tudo foi ceifado, não há grama a cortar
Semeamos, embora adormecidos,
Mas não, ela não chora.
Vamos repousar; ela não vai amar.
Ela não vai ouvir se isto cantarmos
Nem ver a senda do amor, pisada e abrupta.
Vamos pois, acalmem, deixem; é tudo que basta
O amor é um mar maninho, amargo e fundo;
Enxergou todo o céu em flores nas alturas,
Mas não, ela não ama
Vamos desistir; ela não vai cuidar.
Mesmo que os astros tenham tornado o ar em ouro,
E o mar tenha visto diante de si mover-se
Uma boa-noite a embelezar a flor-d'água;
Mesmo que as ondas nos cobrissem e se entornassem
Nos lábios rijos e cabelos inundados,
Mas não, ela não cuida.
Vamos, vamos embora; ela não vai ver.
Cantem juntos mais uma vez; quem sabe ela,
Também juntos mais uma vez; quem sabe ela,
Também lembrando dias e palavras idos,
Se volte um pouco para nós, a suspirar; mas nós,
Nós partimos, como se jamais lá estivéssemos.
Não, quem me viu de mim teve piedade,
Mas não, ela não vê.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
A arte de escrever
"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso"
(Fernando Pessoa)
(Fernando Pessoa)
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